O visto Schengen passa a ser digital
A União Europeia (UE) substituirá em breve as tradicionais etiquetas de visto Schengen. Até 2028, eles implementarão um sistema de código de barras totalmente digital para vistos.
De modo geral, esse desenvolvimento visa facilitar as viagens, reduzir fraudes e aumentar a segurança em todos os estados-membros de Schengen. Além disso, a UE pretende simplificar o processo de solicitação com essa transformação digital.
Novo sistema de vistos Schengen em ação
Em 2024, a França testou o sistema durante os Jogos Olímpicos de Paris. Especificamente, ela emitiu vistos seguros e criptografados com código de barras para mais de 70.000 viajantes.
Enquanto isso, a UE planeja expandir essa plataforma semelhante em etapas. Ela programou uma implementação completa até 2028, mas os serviços digitais iniciais começam em 2026.
Notavelmente, o visto Schengen digital inclui um código de barras 2D vinculado a um banco de dados seguro da UE. Da mesma forma, os oficiais de imigração o escanearão nas fronteiras.
Assim, os candidatos farão upload de documentos, pagarão taxas e receberão aprovações on-line, eliminando efetivamente as etiquetas físicas.
Chega de papelada demorada
De modo geral, os viajantes se beneficiarão com tempos de espera mais curtos e menos agendamentos presenciais. Além disso, os solicitantes de primeira viagem ainda precisam fornecer dados biométricos pessoalmente.
No entanto, os solicitantes repetidos podem renovar on-line sem precisar visitar um centro de vistos Schengen novamente.
Enquanto isso, as travessias de fronteira serão mais rápidas. As autoridades podem ler o código de barras em segundos, reduzindo os atrasos.
“As novas regras de visto modernizarão, simplificarão e harmonizarão os procedimentos de visto por meio da digitalização”, observou a Diretoria Geral de Migração e Assuntos Internos em um comunicado.
“Isso beneficiará tanto os cidadãos de países terceiros que solicitam um visto Schengen quanto os Estados-Membros da UE que processam essas solicitações, simplificando os pedidos de visto e reduzindo os custos para os solicitantes e as autoridades emissoras”, acrescentou. “Essas novas regras também reduzirão os riscos associados às etiquetas físicas de visto.”
Benefícios para viajantes indianos
Os Emirados Árabes Unidos estarão entre os primeiros países a se beneficiar. Em particular, em 12 de outubro de 2025, a UE ativará seu novo Sistema de Entrada/Saída (EES).
Notavelmente, esse sistema digital de vistos Schengen substituirá os carimbos físicos do passaporte e integrará portões eletrônicos biométricos nos aeroportos.
Para os viajantes indianos, embaixadas como as da França e da Alemanha continuarão o processamento inicial. Mas as visitas de acompanhamento talvez não sejam mais necessárias após 2026.
De acordo com dados da UE, os estados membros emitiram mais de 23 milhões de vistos Schengen somente em 2019. A migração para o digital ajudará a dimensionar e simplificar esse volume.
Segurança e centralização aprimoradas
É importante ressaltar que os códigos de barras digitais reduzem a falsificação e a perda de documentos. Eles estão diretamente ligados aos sistemas de segurança da UE, como o ETIAS e o EES.
Além disso, o sistema central facilitará o rastreamento, a atualização e a auditoria dos vistos para as autoridades de fronteira.
Apesar dessas melhorias, ainda há preocupações. A privacidade dos dados e a prontidão da infraestrutura de TI variam entre os estados-membros.
Mesmo assim, a liderança da UE insiste que a adoção total é viável nos próximos três anos.
Perspectivas para o novo visto Schengen
Até 2026, um modelo híbrido funcionará junto com os vistos em papel. Os viajantes podem optar pelo digital quando disponível.
A UE também planeja explorar um visto Schengen de turista mais flexível e de longo prazo – mas isso ainda não foi finalizado.
Ainda assim, a transição digital marca uma clara mudança de política. Ela prioriza a mobilidade moderna e fronteiras mais inteligentes.
Os viajantes devem ficar atentos aos anúncios das embaixadas e às implementações digitais por país nos próximos 18 meses.
Foto de Arnaud STECKLE no Unsplash